BRASÍLIA - O senador Almeida Lima (PMDB-SE) que, indicado pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), foi eleito nesta terça-feira, por aclamação, o novo presidente da Comissão Mista de Orçamento, aumentou em 66,8% o valor de suas emendas. Em 2009, as emendas de sua autoria incluídas no Orçamento chegam a R$ 33,570 milhões, enquanto no ano passado somavam R$ 20,117 milhões.
Almeida Lima acompanhará a execução do Orçamento milionário da União - de cerca de R$ 1,5 trilhão, com mais de R$ 700 bilhões em despesas obrigatórias, de custeio e investimento, incluindo a liberação de suas emendas. O relator do Orçamento será o petista Geraldo Magela (DF).
Sem esconder a satisfação, Almeida Lima assumiu afirmando que muitos têm inveja de seu relacionamento com Renan e avisando que não admitirá mais críticas do colega Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
- Muita gente tem é dor de cotovelo pela relação que tenho com o líder Renan, de fazer a defesa de Renan, coisa que muita gente não tem autoridade moral para fazer, e fiz sem sair chamuscado - disse Almeida Lima, um dos mais empenhados integrantes da tropa de choque de Renan durante o processo por quebra de decoro, que o obrigou a deixar a presidência do Senado.
O senador disse que sabe que conduzirá a comissão num ano de crise, mas que gostaria de ver liberada uma emenda coletiva assinada por ele, de R$ 24 milhões. Em 2009, além dessa proposta, Almeida Lima apresentou apenas três emendas ao Orçamento - que beneficiam seu estado nas áreas de turismo, saúde e esporte. Duas delas têm valores elevados, acima de R$ 16 milhões. Em 2007, foram incluídas duas emendas de Lima no Orçamento, para obras de infraestrutura, no valor de R$ 600 mil.
Os integrantes da Comissão de Orçamento terão papel fundamental este ano: acompanharão a execução do Orçamento de 2009, num ano de crise econômica, e serão responsáveis pela elaboração e votação do Orçamento de 2010, um ano eleitoral e o último do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na segunda-feira, o senador, um dos mais ativos integrantes da tropa de choque de Renan durante os processos que ele enfrentou na Casa por quebra de decoro, disse que está qualificado para assumir o cargo e que teve seu nome indicado inclusive por nomes como o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
- A minha proximidade com o líder me qualifica (para o cargo). Ou seja, a minha proximidade com o líder não me causa nenhuma desqualificação - disse Almeida Lima, avisando que não aceitará "críticas desairosas" a ele ou à sua indicação.
Na semana passada, a escolha foi questionada porque uma resolução da Comissão de Orçamento impede a nomeação de um parlamentar para o colegiado por dois anos seguidos. De fevereiro a abril de 2008, Almeida Lima foi membro suplente, e, na opinião inclusive de colegas que apoiaram sua indicação, ele só poderia ser presidente da CMO se a resolução fosse mudada. O PMDB preparou documentos, porém, para mostrar que Almeida Lima não estava impedido de assumir, porque não teria assumido, de fato, sua vaga na Comissão no ano passado.
Fonte: Globo
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